quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Endometriose: a doença silenciosa que também aumenta o risco de infarto

Ainda que possa se apresentar com dores ou de maneira assintomática, a endometriose é uma doença sem cura e que pode causar problemas cardíacos.

A endometriose afeta uma a cada dez mulheres e, segundo dados da associação espanhola de pacientes de endometriose (AEE), estamos diante de uma doença tão silenciosa quando incapacitante para muitas das mulheres afetadas.


A endometriose é uma doença que consiste no crescimento benigno do tecido endometrial no exterior do útero, chegando frequentemente até os ovários, pélvis, trompas de Falópio e até atingindo órgãos do abdômen, como os intestinos.


Estamos diante de um problema clínico que, no momento, ainda não tem cura. Geralmente é hereditário e, além disso, segundo um estudo publicado numa revista especializada, poderia ser a causa de muitos infartos sofridos por mulheres muito jovens, com menos de 40 anos.

Endometriose, uma doença silenciosa que afeta muitas mulheres

Pode parecer surpreendente, mas existem meninas com 12 ou 13 anos que foram operadas por endometriose e que começam, assim, uma dura jornada por causa desta doença, que demorou demais a receber a importância que merece.


Basta dizer que o primeiro guia para informar e conscientizar a população sobre o problema foi elaborado apenas em 2013.


É importante saber que a endometriose é uma doença muito “peculiar”. Enquanto em muitas mulheres provoca dores intensas, em outras é assintomática.
Talvez por isso as associações de pacientes do mundo todo exijam a criação de equipes multidisciplinares (ginecologistas, especialistas em saúde digestiva e psicólogos) para que possam detectar essa doença em suas áreas de atuação.

Vejamos agora quais os sintomas mais comuns.

Sintomas da endometriose

  • Menstruações muito dolorosas.
  • É muito comum sofrer com dores muito intensas na lombar, a parte inferior das costas, que irradia até o abdômen. A dor fica mais intensa antes e durante a menstruação.
  • As mulheres afetadas sentem muita dor durante ou depois da relação sexual.
  • Quando a paciente vai ao banheiro, pode sofrer bastante na hora de defecar ou até de urinar.
  • Também é comum que entre 30 a 40% das mulheres afetadas sofram com a infertilidade.
Assinalamos mais uma vez que nem todas as mulheres apresentam esses sintomas de forma tão evidente. Às vezes não se nota nada. A doença é diagnosticada de forma casual durante um check-up ginecológico, devido a uma cesárea ou até apendicite.

Viver com endometriose

Estamos diante de uma doença incurável. Para todas as mulheres que passaram e que convivem com este problema, o mais complexo, sem dúvida, é receber o tratamento mais adequado que permita ter uma boa qualidade de vida.

Temos que lembrar que, em alguns casos, a dor é tão severa que dificulta até caminhar, e que as mulheres afetadas também precisam enfrentar a desinformação da sociedade, no ambiente de trabalho e até de seus companheiros, que não conseguem entender por que as relações sexuais lhes causam dor.

O tratamento para a endometriose pode ser hormonal, mas tem efeitos colaterais: muitas mulheres podem desenvolver depressão.

  • Os sintomas também podem ser tratados em unidades de saúde para a dor, e alguns médicos até oferecem às pacientes uma medicação similar à administrada aos pacientes de câncer de próstata.
  • Por sua vez, é comum se submeter a várias intervenções cirúrgicas para retirar o tecido danificado, ainda que, na maioria dos casos, ele volte a crescer e a dor surja novamente.


A endometriose aumenta o risco de ataque cardíaco

Falamos sobre isso no início do artigo. Segundo um estudo realizado no Hospital de Boston, nos Estados Unidos, as mulheres afetadas pela endometriose e que tenham passado por uma intervenção cirúrgica na qual foi retirado o útero ou os ovários correm maior risco de sofrer um infarto.

  • Para realizar o estudo foram analisados os históricos médicos de 116.430 mulheres ao longo de 20 anos. Entre todas elas, 11.903 sofriam de endometriose.
  • Descobriu-se que as mulheres que haviam sido submetidas a uma menopausa forçada por causa de uma operação tinham um risco mais alto de sofrer com a obstrução das artérias, infartos do miocárdio ou angina de peito.
Temos que levar em conta que a endometriose também pode afetar mulheres jovens, com menos de 40 anos.


A necessidade de adotar hábitos de vida saudáveis

 

Os médicos recomendam que toda mulher afetada pela endometriose cuide de sua saúde física e emocional para evitar problemas cardiovasculares.
  • É preciso levar em conta que a dor, a sensação de incompreensão e a solidão podem gerar sentimentos de frustração e isolamento que resultem numa depressão. Um organismo deprimido tem maior risco de sofrer de doenças cardíacas.
  • Sofrer com uma menopausa precoce nos põe na mesma condição de uma mulher que passa por esse período de forma natural.
Não importa se temos 30 ou 55 anos, é necessário cuidar ao máximo de nossa alimentação e levar uma vida ativa que possa prevenir qualquer problema fora do normal.

Os exames periódicos, o apoio de nossos médicos e até o suporte das associações de pacientes de endometriose podem nos ajudar muito a enfrentar essa complexa doença.

Fonte: Melhor com Saúde / Via Blog da

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