quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Autoestima faz bem à saúde

A falta de amor próprio pode ser o estopim para dores crônicas, doenças relacionadas à obesidade e também ao alcoolismo.


Texto Leonardo Valle / Fotos : Shutterstock / por Marília Alencar


A autoestima se tornou uma palavra bastante popular nos últimos tempos, sendo resgatadas em novelas, programas de televisão ou discussões entre amigos quando o assunto é alguma pessoa que não está bem consigo ou com o seu corpo. Mas, afinal, o que é esta tal de autoestima? Autor da “Escala da Autoestima” na década de 1960 – instrumento utilizado até hoje, com adaptações – o psicólogo Morris Rosenberg a entendia como um conjunto de sentimentos do indivíduo sobre seu valor, competência e adequação. Já para o psicólogo psicodramatista Norival Alberguia Cepeda (SP), falar de autoestima também é falar de autoaceitação. “A baixa autoestima ocorre quando a pessoa não aceita partes dela. Partes das quais ela não gosta, não confia ou que não estão em harmonia”, destaca.

A construção da autoestima é um processo complexo e que ocorre ao longo da vida. Conforme crescemos, vamos aprendendo uma porção de coisas com os adultos ao nosso redor. Com isso, internalizamos conceitos de certo e errado, bom e ruim ou de como as coisas funcionam– que passam a servir de referência para o modo como nos colocamos no mundo.“Em outras palavras, a autoestima está ligada às crenças aprendidas a respeito de si própria”, resume o psicólogo. “A partepositiva é que essas crenças não são cristalizadas e podem ser renovadas”, garante.

Somatização
Segundo estudos de Susan Harter, na década de 1980, pessoas com falta de autoestima estariam mais propensas a transtornos fisiológicos, como disfunção temporomandibular, dor lombar, gastrite, e dor de cabeça. O fato é que não se pode afirmar categoricamente que a baixa autoestima era realmente a causa original de todos estes problemas. Contudo, sabemos que nossos conteúdos internos, quando em desarmonia, podem se manifestar externamente como doenças. É a chamada psicossomatização. “Apesar de dividirmos mente e corpo, não há essa divisão”, explica Walter José Martins Migliorini, psicanalista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A psicossomatização tem origem em episódios da trajetória devida da pessoa e pode se manifestar de diversas maneiras. “Quanto mais cedo a criança passar por uma vivência traumática, maior é a chance de que ela manifeste seu sofrimento por meio de sintomas corporais, já que um bebê não tem ainda domínio da linguagem falada”, ensina Migliorini.

Perfil somatizador
Há ainda pessoas que têm um perfil considerado somatizador, ou seja, acabam expressando no corpo suas angústias e sofrimentos com frequência. “Esse é o caso daquelas pessoas que vomitam quando estão em alguma situação desconfortável”, exemplifica.

Depressão e dor
 Além dos problemas fisiológicos, Susan Harter também identificou uma forte relação da baixa autoestima com a propensão a problemas psiquiátricos, como ansiedade e depressão. E a própria depressão – quem diria? – conta pontos contra a saúde física. Segundo uma pesquisa publicada no respeitado New England Journal of Medicine com 1146 pacientes depressivos, 69% deles relatavam apresentar problemas físicos sem explicação. A maioria das queixas estavam relacionadas à dor crônica. A autoestima também é considerada a vilã no caso de adolescentes e jovens que sofrem de transtornos de imagem. No estudo “Perfil psicológico de pacientes com anorexia e bulimia nervosa”, a psicóloga Érika Arantes de Oliveira (SP) relatou que pacientes anoréxicos apresentavam baixa autoestima, enquanto os bulímicos demonstravam autoestima flutuante.

Alerta para a obesidade
Autoestima, depressão e obesidade são outra trinca bastante comum nos dias de hoje. A coach Margarida Ranauro conta que sofreu com baixa autoestima por anos, que refletia na forma como cuidava da alimentação. O resultado foi o aumento de 30 quilos na balança. “A baixa autoestima é geralmente seguida por uma autossabotagem, que se manifesta na falta de tempo para se alimentar saudavelmente. Busca-se uma fuga, uma compensação externa, algo que dê uma falsa e ilusória sensação de prazer”, descreve. “No meu caso, isso se deu pela falta de atividade física e do consumo excessivo de chocolates e de refrigerante. Isso gerou um danoso estilo de viver que afetou sistemicamente a minha saúde e qualidade de vida como um todo”, relata.

A obesidade, para quem não sabe, é um passinho para alterações metabólicas como aumento dos níveis de colesterol do sangue, intolerância à glicose ou diabetes e hipertensão arterial. “Por esse motivo aaferição da circunferência abdominal em conjunto com o cálculo do índice de massa corporal são considerados fortes indicadores para o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes”, relata a pesquisadora Érika (SP).



O problema do alcoolismo
Em pesquisa publicada em 2014, o doutor em psicologia social Nilson Soares Formiga aplicou o teste da autoestima desenvolvido por Rosenberg em 213 pessoas. Resultado: quanto maior o transtorno no uso do álcool, mais baixa era a autoestima. “A baixa autoestima faz com que a pessoa tenha sentimento de incapacidade para se defrontar com os desafios do cotidiano. Em muitos casos, buscam as bebidas alcoólicas como fuga dos problemas”, defende o psicanalista Velasco.

Bola de neve
Por sua vez, a saúde da pessoa que abusa sistematicamente do álcool está em risco. Nesse caso, é maior probabilidade de desenvolvimento da cirrose hepática (destruição das células do fígado) e da pancreatite crônica (inflamação progressiva do pâncreas).


Via Blog da 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ATENÇÃO !!!

Prezado Amigo Web-Leitor, não publicarei comentários anônimos e, também, não aceito nenhum tipo de ofensas morais que possam vir a denigrir a imagem de alguém e não me responsabilizo por comentários que alguém possa vir fazer.
Pois, antes de fazer o seu comentário, se identifique e se responsabilize.

Desde já fico grato !!!

Cordiais saudações,

CLAUDISMAR DANTAS -
(Editor - Blog PATU EM FOCO).