segunda-feira, 29 de outubro de 2012


Viradas no segundo turno marcam eleições em 13 cidades brasileiras


Entre políticos, é muito comum se ouvir que “o segundo turno é uma nova eleição”. Em São Paulo, maior cidade do país, a máxima virou realidade: após terminar o primeiro turno em segundo, com 1,8 ponto percentual a menos do que o primeiro colocado José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT) foi eleito prefeito de São Paulo com 55,57% dos votos – um avanço de 26 pontos percentuais em relação ao primeiro turno. No entanto, a virada eleitoral no segundo turno não é exclusividade paulistana: em outras 12 cidades, dentre as 50 onde houve segundo turno, os candidatos que terminaram o primeiro turno em segundo lugar viraram o jogo e saíram eleitos. Até agora, esse é o maior número de viradas já registrado em eleições municipais, batendo o antigo recorde, 12 viradas, de 2004.
Dentre os 13 municípios onde houve inversão nos resultados, a virada mais impressionante aconteceu em Londrina, no Paraná, onde Alexandre Kireef (PSD) foi eleito com 50,53% dos votos. Ele terminou o primeiro turno com 25,27% dos votos, 20 pontos a menos do que Marcelo Belinati (PP), sobrinho do ex-prefeito Antonio Belinati. No segundo turno, Kireef dobrou sua votação e conseguiu superar o adversário por uma diferença de 3 mil votos. De acordo com Kireef, os escândalos políticos e a instabilidade dos prefeitos no cargo nos últimos quatro anos causaram a indignação responsável pela arrancada. Desde 2008, três prefeitos saíram do cargo após escândalos políticos no município.
- Começamos o processo eleitoral com traço nas pesquisas e crescemos homogeneamente até o final. Ao invés de acampar na praça, a população optou pelas eleições. Nossa candidatura foi independente, sem coligação. Rechaçamos alianças eleitorais até no segundo turno. Isso repercutiu positivamente em meio a uma população cansada dos mesmos nomes – afirma o prefeito eleito.
Já o candidato que conseguiu abocanhar a maior fatia percentual no segundo turno foi Mauro Nazif (PSB), em Porto Velho. Ele terminou o primeiro turno com 18,99% dos votos, seis atrás do então líder Lindomar Garçon (PV). No segundo turno, sua votação alcançou 63,03% dos votos, um avanço de 44 pontos percentuais em relação ao primeiro turno.
Para o cientista político da Universidade de Brasília (UNB), David Fleischer, em eleições municipais, as viradas são motivadas, em sua maioria por fenômenos locais, como denúncias veiculadas pela imprensa e declarações pontuais dos candidatos. No entanto, ele acredita que alguns pontos em comum, como a definição do posicionamento de líderes políticos e a igualdade de tempos nos horários eleitorais na TV, podem ajudar a explicar as inversões nos resultados na reta final:
- O segundo turno é uma nova eleição, afinal diversos fatores estão em jogo. Há o apoio dos outros candidatos que perderam, a formação de alianças e a definição da posição de diversos padrinhos políticos que se não se posicionaram durante o primeiro turno – afirmou o especialista, que considera o debate no segundo turno mais igualitário. – O horário eleitoral é dividido igualmente entre os candidatos, e os debates na TV são mais produtivos, afinal é um contra o outro, não há a presença de coadjuvantes.
No estado do Rio, dois candidatos inverteram os resultados: Neilton Mulim (PP), em São Gonçalo, e Rubens Bomtempo (PSB), em Petrópolis. Na cidade da Região Serrana, Bomtempo terminou o primeiro turno com 1,5 ponto percentual a menos que o primeiro colocado, Bernardo Rossi (PMDB). No segundo turno, abocanhou 56% do eleitorado do município. Já a diferença tirada por Mulim foi maior: 16 pontos. Para o prefeito eleito de São Gonçalo, a virada não foi uma surpresa e só foi possível graças à adesão da militância do PMDB à campanha, apesar do apoio de Sérgio Cabral ao seu concorrente, Adolfo Konder (PDT).
- O percentual que tive no primeiro turno reflete a divulgação de pesquisas que me colocavam fora do segundo turno. Por isso, muita gente não votou em mim na ocasião. Mas já tinha pesquisas minhas que apontavam chances reais de ir para o segundo turno. A virada foi possível, principalmente, pela adesão da militância do PMDB à campanha e pela igualdade nos debates. No primeiro turno, tínhamos muito menos tempo de TV – conta Mulim.
Das 16 capitais onde houve uma segunda disputa, seis – Belém, Macapá, Porto Velho, Fortaleza, São Paulo e Curitiba – testemunharam viradas no segundo turno. Entre os partidos, quem mais inverteu resultados foi o PT (3 viradas), seguido por PMDB e PDT (2 viradas cada um) e PP, PSC, PSD, PV, PTC e PSOL (1 cada).
Fonte: O Globo / Via Blog do BG

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